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Meu Presépio (comentado)

Página Maria Granzoto
Editora de Literatura ArtCulturalBrasil
Arapongas - Paraná


MEU PRESÉPIO
(José Antonio Jacob)


Todo Natal em minha casa havia
Na palha do presépio outro menino:
- É o Menino Jesus! - Mamãe dizia -
Que veio melhorar nosso destino!

Era tão bom saber que Ele me ouvia...
Quando de longe desdobrava o sino
Eu me punha aos seus pés e O bendizia:
- Adormece Jesus, meu pequenino...

Esse Natal, que passa e que repassa,
A cada ano, com votos de alegria,
É breve, e acaba enquanto acaba o dia...

Porém, Deus é um instante que não passa!
Pois que se o mal demora e o bem se atrasa
Ele sempre se encontra em nossa casa!




Introdução

De acordo com fontes históricas, o primeiro presépio foi montado por São Francisco de Assis no Natal de 1223. O frade católico, montou o presépio em argila na floresta de Greccio (comuna italiana da região do Lácio). Sua ideia era montar o presépio para explicar as pessoas mais simples o significado e como foi o nascimento de Jesus Cristo.

No século XVIII, a tradição de montar o presépio, dentro das casas das famílias, se popularizou pela Europa e, logo em seguida, por outras regiões do mundo.

Em “Meu Presépio”, de autoria do poeta José Antonio Jacob, ícone da Literatura Brasileira, ele utiliza o pronome possessivo para nos dizer que este não é um presépio qualquer, desses fabricados em série, mas é o dele! “Meu”! E é preciso ter muito claro que presépio não é a mesma coisa que árvore de natal. a montagem de árvore de Natal teve início no ano de 1530, na Alemanha, com Martinho Lutero. Numa determinada noite, enquanto andava pela floresta, Lutero ficou impressionado com os lindos pinheiros cobertos de neve. As estrelas do céu ajudaram a formar a imagem que Lutero reproduziu com galhos de árvore em sua residência. Além das estrelas, algodão e outros ornamentos, Lutero usou velas acesas para mostrar aos seus familiares a linda cena que havia visto na floresta. Esta tradição chegou ao continente americano através de alguns alemães, que vieram residir na América durante o período colonial. No Brasil, país em que o cristianismo prevalece, as árvores de Natal estão presentes em diversos lugares na época natalina, pois, além de decorar, simbolizam paz, alegria e esperança. As árvores de Natal também simbolizam a vida, pois em dezembro no hemisfério norte, ocorre o inverno e as árvores perdem as folhas. Uma árvore frondosa e cheia de enfeites simboliza a vida.

O presépio é uma montagem com peças, que faz referência ao momento do nascimento de Jesus Cristo. Com o menino Jesus na manjedoura ao centro, o presépio apresenta o local e os personagens bíblicos que estavam presentes neste importante momento cristão.


O Primeiro Quarteto

Todo Natal em minha casa havia
Na palha do presépio outro menino:
- É o Menino Jesus! - Mamãe dizia -
Que veio melhorar nosso destino!

Está aí a verdadeira razão do presépio: o Menino Jesus, que a sábia mãe dizia ter Ele o poder de tornar melhor a nossa vida, suavizar a nossa caminhada. Razão essa esquecida por muitos, atualmente


O Segundo Quarteto

Era tão bom saber que Ele me ouvia...
Quando de longe desdobrava o sino
Eu me punha aos seus pés e O bendizia:
- Adormece Jesus, meu pequenino...

Os pais, em especial as mães, davam a formação religiosa aos seus filhos com tanta fé, que era impossível uma criança não acreditar na existência do Menino Jesus! Hoje, muito raramente mencionam seu nome. O Natal virou sinônimo de comércio. Em que propaganda se vê ou ouve a menção ao verdadeiro espírito natalino? E o sino? Os sinos sempre representaram o instrumento que anunciava as grandes festas populares, e no Natal eles atingem a sua importância máxima. O sino anuncia que algo vai acontecer, no Natal esse acontecimento é o nascimento de Jesus.

O Primeiro Terceto

Esse Natal, que passa e que repassa,
A cada ano com votos de alegria,
É breve, e acaba enquanto acaba o dia...

O Natal virou apenas um momento onde as crianças esperam os presentes mais caros, que pediram aos seus pais durante todo ano; onde as pessoas pensam em que roupa usarão na noite de Natal; o que vamos comer na ceia de Natal; onde será a ceia. Mas espere aí! Ceia por quê? O que estamos comemorando mesmo? Afinal porque estamos reunidos?Aí percebemos, estamos em uma mesma mesa, nos encontramos em família, com os que mais amamos para comemorar o Natal, o nascimento do Senhor Jesus, o nosso Salvador, Redentor, que morreu pagando pelos meus e pelos seus pecados, sendo inocente, que morreu por nos amar demais, morreu para que nós vivamos e vivamos eternamente. Ceamos e acabou o Natal.


O Último Terceto

Porém, Deus é um instante que não passa!
Porque se o mal demora e o bem se atrasa,
Ele sempre se encontra em nossa casa!

Concluindo, devemos reconhecer, eu assim acredito e assim se expressa o poeta, especialmente no último verso, que o “espírito natalino” como assim é conhecido, deve ser reconhecido não apenas próximo ou no dia de natal, mas todos os dias que os princípios que simbolizam este dia, e que admitimos como universais para as nossas atitudes tornem-se cotidianos, habituais. Isso é a prática da virtude, do princípio do bem, do amor tanto a vida de outrem quanto a própria vida. Acredito que a cada dia que tomarmos atitudes baseadas nesta idéia da importância do ser humano, seja em qualquer lugar, com qualquer pessoa, este dia também será natal. Devemos, a cada dia de natal, sim, agradecer por termos a oportunidade de renovar o ânimo infinito celebrando a vida virtuosa que escolhemos dar e receber a partir de nossa razão de seguir estes virtudes, ou, se estivermos errados e ignorantes, de mudar o caminho e escolher novas buscas, que sejam dignas de serem comemoradas a cada dia. E digo mais, este dia será mais bonito, mais agradável, mais pacífico, mais humano … acho que precisamos de dias assim todos os dias…dias de Natal…

Realização



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Um comentário:

  1. Eita! que o poeta fez-me viajar em tempos idos, auroras de verjel menino, lindo seu versejar poeta. Olha quero que saiba que amo de coração ler-te, acho lindo seus soneto. Abração meu irmão.

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