Para colecionadores: a saudosa e consagrada Escola Juiz-forana de Trovas
Trovas colecionadas entre 1960 e 1980
Trovas colecionadas entre 1960 e 1980
...
Não há criança vadia...
E as que esmolam a teus pés
são anjos que Deus envia
para saber quem tu és.
(Roberto Medeiros)
As almas de muita gente
são como o rio profundo:
- A face tão transparente,
e quanto lodo no fundo!...
(Belmiro Braga )
A saudade é simplesmente,
um claro espelho encantado,
mira-se nele o presente
e ele reflete o passado.
(Geralda Armond )
Quanta gente gostaria
de ter a vida da gente
sem saber que isso seria
trocar tristezas, somente!
(Cezário Brandi Filho)
Todo sonho é dolorido,
porque nele nós supomos,
que somos (sem termos sido)
o que pensamos que somos.
(José Antonio Jacob)
Na Vila Rica de então,
quis o destino imprevisto,
que um pobre artista sem mão
esculpisse as mãos de Cristo.
(Dormevilly Nóbrega)
Passa por mim, não me vê...
- Talvez não me olhe jamais...
Não me conhece porque
eu a conheço demais!
(Manoel de Oliveira Costa )
Relógio, legado antigo
que minhas horas recorda...
quem lhe dará corda, amigo,
quando acabar minha corda?...
(José Carlos de Lery Guimarães )
A mentira é sonho lindo
neste meu mundo encantado.
Sonhando, minto dormindo,
mentindo, sonho acordado.
(Sinval Cruz)
Se os elos de nossos braços
não mais se unirem na vida
seremos sempre pedaços
de uma corrente partida!
(Cezário Brandi Filho)
Para ter com quem falar,
a velhinha sem ninguém
vai ao padre confessar
os pecados que não tem...
(José Carlos de L.G.)
No boteco do Zé Galo
tanto a sujeira se agrupa
que servem bife à cavalo
com mosquito na garupa.
(Messias da Rocha)
Na hora incerta do revés,
pensa o marido nas ruas:
- Bebo duas... volto às dez
ou bebo dez... volto às duas!
(Osvaldo Mascarenhas)
Há na tragédia da fome
este mistério profundo:
É Cristo quem se consome
em cada pobre do mundo.
(Clevane Pessoa de Araújo)
Não julgues pelo semblante
a honra alheia, meu filho:
- Na lua, a face brilhante
oculta a face sem brilho.
(Hegel Pontes)
“A bolsa ou a vida” – eu ouço
e retruco as ironias:
- Que leve as duas , seu moço,
pois ambas estão vazias.
(Roberto Medeiros)
Depois da falsa meiguice
e dos falsos beijos seus,
“Adeus”; de graça, ela disse,
e eu disse: - Graças a Deus!
(Hegel Pontes)
Meu barracão na favela,
onde vou vivendo ao léu,
na moldura da janela
não tem vidraça: - Tem céu!
(José Antonio Jacob)
Saudade... palavra linda,
de sete letras... saudade
é noite que tem ainda
lampejos de claridade.
(Belmiro Braga)
Nos beirais, em tardes calmas,
asas ao sol, às centenas.
- As pombas brancas são almas
a quem a vida deu penas...
(Manoel de Oliveira Costa)
Morre Cristo, o palestino,
e, na vida transitória,
a história do seu Destino
muda o destino da história!
(Hegel Pontes)
Deu-lhe o sogro uma gravata...
- E a sua emoção foi tanta
que casou antes da data,
sentindo um nó na garganta!...
(Manoel de Oliveira Costa)
Voltaste enfim e eu confesso
que já prevejo, querida,
na alegria do regresso,
novo adeus de despedida.
(Célio Grunewald)
Juntamos nossos farrapos
naquele rancho sem flor:
era a miséria dos trapos
numa fartura de amor.
(J.Guedes)
Ao ver a diversidade
das três cores raciais,
o sol - clamando igualdade
fez nossas sombras iguais!
(Cezário Brandi Filho)
Num gesto de amor e luz,
Cristo - nos dando respostas -
abriu os braços na cruz
e nos deixou de mãos postas.
(José Antonio Jacob)
O mistério dos destinos
decifrar... ah, não te iludas!
Eram iguais dois meninos...
E um foi Cristo, outro foi Judas...
(José Carlos de L.G.)
O sino é um ser sem razão,
que não tem razão de ser:
quando pára um coração,
ele começa a bater...
(Hegel Pontes)
No meu humilde viver
a solidão é tamanha
que só me falta perder
a sombra que me acompanha.
(José Carlos de L.G.)
Temos todos que convir
que o fato parece chiste:
foi “habeas-corpus” pedir
e requereu “Corpus-Christis”.
(Sylvio Machado )
Seu critério nas consultas
é talvez dos mais sutis:
é cobrar contas adultas,
pelas curas infantis.
(Sylvio Machado )
Papai-Noel é ingrato:
(me disse um menino franco)
do rico enxerga o sapato
mas nunca vê meu tamanco!!!
(Cezário Brandi Filho)
Hoje, tristonho, infeliz,
pude aclarar meu anseio:
- Quando ela veio eu não quis,
quando eu quis ela não veio.
(Dormevylli Nóbrega)
Fico em teus braços... depois
rogo a Deus mais uma vez
que o segredo de nós dois
fique só entre nós três!
(Cezário Brandi Filho )
A balança, diz a plebe,
na bebida não se aplica:
- Quanto mais a gente bebe,
bem mais leve a gente fica.
(Oswaldo Mascarenhas )
E as que esmolam a teus pés
são anjos que Deus envia
para saber quem tu és.
(Roberto Medeiros)
As almas de muita gente
são como o rio profundo:
- A face tão transparente,
e quanto lodo no fundo!...
(Belmiro Braga )
A saudade é simplesmente,
um claro espelho encantado,
mira-se nele o presente
e ele reflete o passado.
(Geralda Armond )
Quanta gente gostaria
de ter a vida da gente
sem saber que isso seria
trocar tristezas, somente!
(Cezário Brandi Filho)
Todo sonho é dolorido,
porque nele nós supomos,
que somos (sem termos sido)
o que pensamos que somos.
(José Antonio Jacob)
Na Vila Rica de então,
quis o destino imprevisto,
que um pobre artista sem mão
esculpisse as mãos de Cristo.
(Dormevilly Nóbrega)
Passa por mim, não me vê...
- Talvez não me olhe jamais...
Não me conhece porque
eu a conheço demais!
(Manoel de Oliveira Costa )
Relógio, legado antigo
que minhas horas recorda...
quem lhe dará corda, amigo,
quando acabar minha corda?...
(José Carlos de Lery Guimarães )
A mentira é sonho lindo
neste meu mundo encantado.
Sonhando, minto dormindo,
mentindo, sonho acordado.
(Sinval Cruz)
Se os elos de nossos braços
não mais se unirem na vida
seremos sempre pedaços
de uma corrente partida!
(Cezário Brandi Filho)
Para ter com quem falar,
a velhinha sem ninguém
vai ao padre confessar
os pecados que não tem...
(José Carlos de L.G.)
No boteco do Zé Galo
tanto a sujeira se agrupa
que servem bife à cavalo
com mosquito na garupa.
(Messias da Rocha)
Na hora incerta do revés,
pensa o marido nas ruas:
- Bebo duas... volto às dez
ou bebo dez... volto às duas!
(Osvaldo Mascarenhas)
Há na tragédia da fome
este mistério profundo:
É Cristo quem se consome
em cada pobre do mundo.
(Clevane Pessoa de Araújo)
Não julgues pelo semblante
a honra alheia, meu filho:
- Na lua, a face brilhante
oculta a face sem brilho.
(Hegel Pontes)
“A bolsa ou a vida” – eu ouço
e retruco as ironias:
- Que leve as duas , seu moço,
pois ambas estão vazias.
(Roberto Medeiros)
Depois da falsa meiguice
e dos falsos beijos seus,
“Adeus”; de graça, ela disse,
e eu disse: - Graças a Deus!
(Hegel Pontes)
Meu barracão na favela,
onde vou vivendo ao léu,
na moldura da janela
não tem vidraça: - Tem céu!
(José Antonio Jacob)
Saudade... palavra linda,
de sete letras... saudade
é noite que tem ainda
lampejos de claridade.
(Belmiro Braga)
Nos beirais, em tardes calmas,
asas ao sol, às centenas.
- As pombas brancas são almas
a quem a vida deu penas...
(Manoel de Oliveira Costa)
Morre Cristo, o palestino,
e, na vida transitória,
a história do seu Destino
muda o destino da história!
(Hegel Pontes)
Deu-lhe o sogro uma gravata...
- E a sua emoção foi tanta
que casou antes da data,
sentindo um nó na garganta!...
(Manoel de Oliveira Costa)
Voltaste enfim e eu confesso
que já prevejo, querida,
na alegria do regresso,
novo adeus de despedida.
(Célio Grunewald)
Juntamos nossos farrapos
naquele rancho sem flor:
era a miséria dos trapos
numa fartura de amor.
(J.Guedes)
Ao ver a diversidade
das três cores raciais,
o sol - clamando igualdade
fez nossas sombras iguais!
(Cezário Brandi Filho)
Num gesto de amor e luz,
Cristo - nos dando respostas -
abriu os braços na cruz
e nos deixou de mãos postas.
(José Antonio Jacob)
O mistério dos destinos
decifrar... ah, não te iludas!
Eram iguais dois meninos...
E um foi Cristo, outro foi Judas...
(José Carlos de L.G.)
O sino é um ser sem razão,
que não tem razão de ser:
quando pára um coração,
ele começa a bater...
(Hegel Pontes)
No meu humilde viver
a solidão é tamanha
que só me falta perder
a sombra que me acompanha.
(José Carlos de L.G.)
Temos todos que convir
que o fato parece chiste:
foi “habeas-corpus” pedir
e requereu “Corpus-Christis”.
(Sylvio Machado )
Seu critério nas consultas
é talvez dos mais sutis:
é cobrar contas adultas,
pelas curas infantis.
(Sylvio Machado )
Papai-Noel é ingrato:
(me disse um menino franco)
do rico enxerga o sapato
mas nunca vê meu tamanco!!!
(Cezário Brandi Filho)
Hoje, tristonho, infeliz,
pude aclarar meu anseio:
- Quando ela veio eu não quis,
quando eu quis ela não veio.
(Dormevylli Nóbrega)
Fico em teus braços... depois
rogo a Deus mais uma vez
que o segredo de nós dois
fique só entre nós três!
(Cezário Brandi Filho )
A balança, diz a plebe,
na bebida não se aplica:
- Quanto mais a gente bebe,
bem mais leve a gente fica.
(Oswaldo Mascarenhas )
Não chores, mãe, quando aprontas
do filho o fúnebre véu:
ontem Deus fez suas contas
faltava um anjo no céu!
(Cezário Brandi Filho)
A Honra é a imagem casta
dentro do espelho do Bem:
- Se a gente dela se afasta
ela se afasta também...
(Hegel Pontes)
Nos leilões e nas quermesses
das festas de nossa aldeia,
apesar das minhas preces,
foste prenda em mão alheia.
(Roberto Medeiros )
Quando a miséria desponta,
lá no morro, a garotada,
brincando de faz-de-conta,
tudo tem, não tendo nada.
(Dulcídio de Barros M. Sobrinho)
Jogou, perdeu, e hoje sabe,
passando um natal sombrio,
que a consciência não cabe
num sapatinho vazio.
(Hegel Pontes)
Pobre rio abandonado,
como tu sofro também,
já não tens barco ancorado
e eu sou porto de ninguém.
(Sinval Cruz)
Quanta vez, junto a um jazigo,
alguém murmura de leve:
- Adeus para sempre, amigo!
E o morto diz: - Até breve!...
(Belmiro Braga)
Fita com fé e coragem
teu rosto diante do espelho
que o inverso da tua imagem
pode-te dar bom conselho.
(José Antonio Jacob)
do filho o fúnebre véu:
ontem Deus fez suas contas
faltava um anjo no céu!
(Cezário Brandi Filho)
A Honra é a imagem casta
dentro do espelho do Bem:
- Se a gente dela se afasta
ela se afasta também...
(Hegel Pontes)
Nos leilões e nas quermesses
das festas de nossa aldeia,
apesar das minhas preces,
foste prenda em mão alheia.
(Roberto Medeiros )
Quando a miséria desponta,
lá no morro, a garotada,
brincando de faz-de-conta,
tudo tem, não tendo nada.
(Dulcídio de Barros M. Sobrinho)
Jogou, perdeu, e hoje sabe,
passando um natal sombrio,
que a consciência não cabe
num sapatinho vazio.
(Hegel Pontes)
Pobre rio abandonado,
como tu sofro também,
já não tens barco ancorado
e eu sou porto de ninguém.
(Sinval Cruz)
Quanta vez, junto a um jazigo,
alguém murmura de leve:
- Adeus para sempre, amigo!
E o morto diz: - Até breve!...
(Belmiro Braga)
Fita com fé e coragem
teu rosto diante do espelho
que o inverso da tua imagem
pode-te dar bom conselho.
(José Antonio Jacob)
Excelentes trovas. No entanto,fujo da sequência para editar uma trova paulista de jogos florais.
ResponderExcluirNeste abraço em que te aperto
com a beatitude de um monge;
sinto o meu amor tão perto,
minha esperança tão longe.
Nilton da Costa Teixeira
(montealtense de Ribeirao Preto)
Fico feliz em ser lembrada, pois fui Presidente da UBT-seção de Juiz de Fora, nos tempos do saudoso NUME(núcleo Mineiro de Escritores),quando pertencíamos, os poetas da cidade, aos dois grupos.E ainda havia a ETB(União de Trovadores de Bar).
ResponderExcluirOfereço espaço também aos trovadores de minha querida Juiz de Fora, onde , nos Anos 60/70 trabalhei na Gazeta Comercial e divulguei autores e artitas, onde tenho (ainda )tantos amigos-e recordo saudosa os que se foram-em meu blog
http://trovaspequenasnotaveis
.Ali, conto a história de vários episódios trovadorescos em Juiz de Fora.relembro o Programa Contraponto, do Zé carlos de Lery Gumarães, na Rádiuo Industrial, do Heitor Augisto,e tc...
Sejam bem vondos, mandem-me troavas, fotos e histórias também, caso possam.
Passei dez anos fora, nos anos 90,no Nordeste e no Norte e retornei a Minas em 90-para Belo Horizonte, donde haver perdido muitos contatos, que quero recuperar.
Clevane Pessoa de Araújo Lopes(pessoaclevane@gmail.com)
Poeta Honoris Causa pelo Clube Brasileiro de Língua Portuguesa-para oito países Lusófonos.
É. A questão do imperativo (afirmativo e negativo ) em Língua Portuguesa é complexa.Ainda bem que ao poeta é concedida a "licença poética", pois s matéria-prima do poeta é a palavra e, assim como o escultor extraí a forma de um bloco, o escritor tem toda a liberdade para manipular as palavras, mesmo que isso implique em romper com as normas tradicionais da gramática. Limitar a poética às tradições de uma língua é não reconhecer, também, a volatilidade da fala. Maria Granzoto
ResponderExcluirSimplesmente...MARAVILHOSO!!!
ResponderExcluirUm presente para todos aqueles que amam a Trova,
assim como EU.
Quando a inspiração lhe acena,
o bom trovador se expande.
Numa Trova tão pequena,
faz um poema tão grande!
Abraços Trovadorescos;
Ademar Macedo.
clevane pessoa de araújo lopes21:27
ResponderExcluirFico feliz em ser lembrada, pois fui Presidente da UBT-seção de Juiz de Fora, nos tempos do saudoso NUME(núcleo Mineiro de Escritores),quando pertencíamos, os poetas da cidade, aos dois grupos.E ainda havia a ETB(União de Trovadores de Bar).
Ofereço espaço também aos trovadores de minha querida Juiz de Fora, onde , nos Anos 60/70 trabalhei na Gazeta Comercial e divulguei autores e artitas, onde tenho (ainda )tantos amigos-e recordo saudosa os que se foram-em meu blog
http://trovaspequenasnotaveis
.Ali, conto a história de vários episódios trovadorescos em Juiz de Fora.Relembro o Programa Contraponto, do Zé Carlos de Lery Gumarães, na Rádio Industrial, do Heitor Augusto,e tc...
Sejam bem vindos, mandem-me trovas, fotos e histórias também, caso possam.
Passei dez anos fora, nos anos 90,no Nordeste e no Norte e retornei a Minas em 90-para Belo Horizonte, donde haver perdido muitos contatos, que quero recuperar.
Clevane Pessoa de Araújo Lopes(pessoaclevane@gmail.com)
Quem foi o trovador Ludgero Nogueira (cego)
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